Monumento à Independência
Inaugurado em 1922 para celebrar o primeiro centenário da emancipação
política do Brasil, o Monumento à Independência está à
visitação pública . Nele, estão os restos mortais da
imperatriz Leopoldina – desde a construção da cripta, em 1953 –, do
imperador d. Pedro I – desde 1972 – e de Dona Amélia, segunda mulher do
imperador – desde 1984.
Historia
Para celebrar o Centenário da Independência do Brasil, previu-se a
construção de um monumento às margens do riacho Ipiranga, local onde Dom
Pedro I teria proclamado a Independência em 1822. A Prefeitura de São
Paulo cedeu o terreno, enquanto o governo do Estado se responsabilizou
pela construção, para a qual contribuíram os governos dos demais estados
brasileiros.
Um concurso internacional de maquetes foi aberto em
1918. Vinte e dois projetos foram inscritos. A comissão julgadora,
nomeada pelo Presidente do Estado de São Paulo, Altino Arantes (1916 –
1920), era composta por Affonso d’Escragnolle Taunay, Adolfo Augusto
Pinto, Francisco de Paula Ramos de Azevedo e Victor Freire. A comissão
se reuniu em 1920 e as maquetes concorrentes foram expostas ao público
no Palácio das Indústrias, logo despertando criticas e debates. Os
projetos não diferiam muito entre si, fato observado pelo historiador
Affonso Taunay: “...cabe-me a impressão de que estes autores têm aqueles
projetos em reserva para, mudando-lhes o rótulo, e os nomes dos
personagens, aproveitá-los aqui e acolá...” O projeto de Nicolla Rollo
tinha a simpatia da população. As discussões se acirraram quando se
anunciou o vencedor: o italiano Ettore Ximenes (1855, Palermo – 1926,
Roma). Monteiro Lobato comentou: “Rollo teve a votação unânime da cidade
de São Paulo com exceção apenas de quatro pessoas que, por
coincidência, formavam a Comissão Julgadora”. Mário de Andrade criticou
duramente o projeto escolhido: "O ilustre Sr. Ximenes, que de longe
veio, infelicitará a colina do Ipiranga com o seu colossal
centro-de-mesa de porcelana de Sévres". As críticas giravam em torno da
ausência de fatos e nomes relacionados com a Independência do Brasil. A
solução encontrada para minimizar o problema foi introduzir alterações
no projeto de Ximenes, que concordou com algumas delas. José Wasth
Rodrigues foi o responsável pela concepção de quadros em relevo, grupos
escultóricos e estátuas.
Ainda inacabado (seria concluído quatro
anos depois), o monumento foi o centro das comemorações pelo Centenário
da Independência em São Paulo, inaugurado com grande pompa no dia 7 de
setembro de 1922.
A construção monumental em granito e bronze se
apresenta disposta em estágios alternados, ligados por degraus que a
circundam desde a base. Na face frontal do monumento, encontram-se
estátuas sedestres do Padre Diogo Antonio Feijó, “prócer da
Independência e deputado às cortes de Lisboa” e de José Bonifácio de
Andrada e Silva, “o patriarca da Independência”; na face posterior,
estão as estátuas de Hipólito José da Costa, “o jornalista da
Independência - fundou e redigiu o ‘Correio Brasiliense’ em Londres” e
Joaquim Gonçalves Ledo, “chefe do movimento da Independência no Rio de
Janeiro”.
Na face frontal do monumento, um grande baixo relevo em
bronze reproduz o quadro “Independência do Brasil”, de Pedro Américo.
No topo, está um grupo triunfal formado por 20 figuras em bronze e cerca
de 6 metros de altura. Uma mulher aparece em primeiro plano, com um
estandarte e uma lança nas mãos, sobre uma biga puxada por dois cavalos e
seguida pelo povo – uma alegoria à Liberdade, muito comum à época.
Relevos esculpidos no granito representam embarcações do tipo viking,
figuras greco-romanas, armaduras, flâmulas, lanças e águias,
locomotivas, engrenagens e trilhos.
Na lateral esquerda do
monumento, um grupo escultórico em bronze representa “Os Inconfidentes
Mineiros de 1889”, tendo logo abaixo um quadro em bronze ilustrando a
“entrada de Dom Pedro na rua do Carmo em São Paulo na tarde de 7 de
setembro de 1822”. Na lateral direita, outro grupo escultórico em bronze
representa “Os Revolucionários Pernambucanos de 1817”. Abaixo, um
quadro em bronze ilustra o “Combate de Pirajá - campanha da
Independência para a libertação da Bahia - episódio do Corneta Luís
Lopes”. Enquanto os grupos escultóricos abordam as tentativas de
independência, os relevos tratam de sua consolidação.
Para
reforçar ainda mais o significado daquele local como o do nascimento da
nação brasileira, projetou-se a construção de uma cripta no interior do
monumento, que funcionaria como Capela Imperial. Nela repousariam,
definitivamente, os despojos do primeiro Imperador e de Dona Leopoldina,
Imperatriz do Brasil. A cripta foi inaugurada em 1952, considerada,
ainda, um cenotáfio – um túmulo vazio –, uma vez que os despojos do
Imperador e de sua esposa não se encontravam ali. Posicionada na parte
frontal do Monumento à Independência, voltada para o riacho Ipiranga, a
pira do chamado "Altar da Pátria" foi acesa, simbolizando o amor
incondicional à Pátria.
Somente dois anos depois, os despojos da
Imperatriz Leopoldina foram transladados do Convento de Santo Antonio,
no Rio de Janeiro, sob os cuidados do Instituto Histórico e Geográfico. A
cerimônia integrou as comemorações do IV Centenário da Fundação da
Cidade de São Paulo. Da Catedral da Sé, o ataúde foi levado ao Ipiranga
seguido por grande cortejo. Houve quem argumentasse que não era
necessário perturbar o repouso eterno da Família Real, mas prevaleceu a
idéia de reafirmar a sacralização do Altar da Pátria.
Os despojos
de Dom Pedro I, por sua vez, foram transladados do Convento de São
Vicente de Fora, na cidade do Porto, Portugal, em 1972, como parte das
comemorações do Sesquicentenário da Independência, em solenidade
transmitida para todo o país via satélite. Em 1982, também os restos
mortais de Dona Amélia de Beauharnais, esposa de Dom Pedro I em segundas
núpcias e Imperatriz do Brasil, foram transladados de Lisboa para a
Capela.
O Monumento à Independência também abriga em seu
interior, desde 2001, um espaço de exposições administrado pela Divisão
de Iconografia e Museus do Departamento do Patrimônio Histórico.
Quando aberto, o espaço recebe cerca de 6 mil
visitantes por mês. O acesso é grátis e funciona de terça a domingo.
Endereço: Parque da Independência, s/n.º, Ipiranga, São Paulo - SP, 04263-000
Telefone:(11) 2065-8000
Horário: de terça à domingo das 09hrs às 17:00hrs
Fonte: Prefeitura de São Paulo