Ps.: O Brasil, perde, brasileiros perdem o mundo perde!!
Materia publicada pelo G1 em 03/03/2017
Fechado há 1 ano, Museu da TAM guarda mais de 100 aviões históricos
Aeronaves estão em São Carlos, sob os cuidados de voluntários. Presidente do espaço afirma que pretende levar acervo para São Paulo e criar parque dedicado à aviação.
Museu da TAM está fechado há um ano em São Carlos (Foto: Rodrigo Zanette) |
Fechado há pouco mais de 1 ano, o Museu da TAM ainda não tem data e nem local para reabrir. Enquanto as negociações acontecem, as cerca de 120 aeronaves do acervo continuam no
prédio de São Carlos (SP) em que eram expostas, sob os
cuidados de voluntários apaixonados por aviação.
“Sabemos que muitas pessoas ficaram decepcionadas, porém toda magia do museu será devolvida brevemente”, afirmou o presidente do museu, João Francisco Amaro.
A ideia, segundo ele, é encontrar uma área de 100.000 m² em São Paulo e instalar um parque dedicado à aviação, com o museu, feiras, shows aéreos, paraquedismo, cursos, lojas e restaurantes.
João Amaro afirma que plano é transferir o acervo para São Paulo (Foto: Rodrigo Zanette/G1) |
Fechamento
O espaço foi inaugurado em 2006 e, em 2013, começou a enfrentar dificuldades para captar recursos federais destinados à cultura. O desequilíbrio nas contas levou ao fechamento do museu, o maior do mundo mantido por uma companhia aérea.
“Não tivemos outra opção senão fechar ao público o museu que havia se tornado a ‘Estrela da América do Sul’, como dizia um amigo da Colômbia. Sabemos que foi um choque para os amantes da aviação, porém era essa a realidade”, disse.
Ideia de João Amaro é transferir aeronaves do Museu da TAM para outro espaço (Foto: Fabio Rodrigues/G1) |
A decisão, para o professor Fernando Martini Catalano, foi uma pena. Integrante do Departamento de Engenharia Aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, ele ajudou a definir a área de instalação do museu e visitava o espaço com frequência.
“O fato de ele não estar mais aberto ao público é uma perda muito grande para todo mundo. A cidade perde, a região perde, o Brasil inteiro perde. Ali há vários aviões históricos, aviões que representam a indústria brasileira bem antes da Embraer, aviões que foram usados por nossa Força Aérea na Segunda Guerra Mundial. Era uma maneira das pessoas manterem a cultura aeronáutica bastante viva”, comentou.
Sobre a possível mudança para São Paulo, o professor afirmou que ela contribuirá para o aumento no número de visitantes, mas deu exemplos de museus instalados fora dos grandes centros e reforçou que nenhum espaço como esse sobrevive apenas com a venda de ingressos, é preciso haver subsídios.
“Outro museu do tipo no Brasil é o Museu da Força Aérea, no Rio de Janeiro, que também é longe do Rio. Tem que pegar um carro e ir embora”, disse. “Muitos museus de aviação na Inglaterra, por exemplo, não são em Londres. Pelo contrário, são bem longe de Londres”.
Acervo do Museu da TAM em São Carlos (Foto: Rodrigo Zanette) |
Frutos
Amaro relatou que, ao longo dos anos, as doações e cessões de aviões superaram as expectativas e o acervo cresceu além do esperado, atraindo milhares de visitantes de todas as partes do mundo.
“Temos a certeza de que, durante o tempo em que o museu funcionou, fomos os responsáveis pela formação futura de inúmeros pilotos, comissários, mecânicos ou outros profissionais ligados à aviação”, disse.
Além de atrair profissionais para o setor, outro resultado da criação do espaço foi a instalação do Centro de Manutenção da TAM, hoje Latam MRO, em São Carlos.
“É uma história que pouca gente conhece”, adiantou Catalano. O professor e alguns amigos ficaram sabendo da intenção dos irmãos Amaro de criar um museu e fizeram um convite para que fossem visitar a área da antiga Companhia Brasileira de Tratores (CBT). O terreno integrava a massa falida da empresa e, por seu tamanho, permitiu a criação também do centro de manutenção. “Historicamente, o museu veio antes da MRO”.
Acervo do Museu da TAM em São Carlos (Foto: Rodrigo Zanette) |
Futuro
“Recebemos propostas para levar o acervo para outras cidades, porém a nossa pretensão é mesmo montar em São Paulo, não só um museu, mas um grandioso parque de entretenimento voltado para a aviação”, afirmou Amaro.
Para isso, ele espera contar com o apoio dos governos estadual e municipal. “Encontrar uma área que possa abrigar esse projeto em São Paulo e que atenda seus requisitos não é fácil. Além do quê, seu custo evidentemente será altíssimo”, disse.
“O prefeito João Dória é muito simpático à causa porque sabe da sua importância para o turismo local e, sem dúvida, haverá de encontrar uma maneira de nos atender para que possamos construir um dos maiores museus do mundo”.
A Prefeitura de São Paulo foi questionada sobre os planos de instalação do museu, mas não se posicionou até a publicação desta reportagem.
Como sempre, nosso país cada vez mais pobra na cultura...que vergonha mas, realidade... Sou mais um dos Brasileiro indignados!!!